5 de abril de 2011

Enfim, sós! estréia em abril


Carlos Silva não pára mesmo e já anuncia em parceria com Adriano Barros do GTAI a estréia de um novo trabalho nos dias 16 e 17 de abril no Centro Educativo Bom Jesus com incentivo do Ponto de Cultura Oficina de Criação, trata-se do espetáculo: Enfim, sós! Inspirado no texto Enfim só: Solidão, a Comédia, do dramaturgo mineiro erradicado no Rio de Janeiro: Vicente Pereira, o espetáculo Enfim, sós! mostra a dificuldade de 4 personagens em lidar com a sensação de estar só. A peça, por meio de um humor leve, aborda com densidade aspectos do isolamento humano e as relações interpessoais do humano com o humano e deixando clara a busca de cada ser pela satisfação plena, com ou sem o outro; onde nesse caminho os sentimentos ruins e bons se interpelam num duelo de morte e vida. Composta por 4 quadros independentes, tendo na direção Cênica Gilberto Gomes, assinando a adaptação e textual Carlos Silva, a montagem teatral traz fragmentos das obras de Bohumil Hrabal, Jean Jaques Olivier e Clarice Lispector. O espetáculo deixa claro que: antes de tentar aplacar de forma desesperada a solidão, é preciso parar de olhar para o próprio umbigo e fazer um encontro consigo mesmo. Sobre o espetáculo: A encenação privilegia a simultaneidade de percepções, não limitando o foco de atenção da plateia e, assim, promove uma dramaturgia paralela à do texto de Vicente Pereira que, segundo o crítico teatral Sérgio Maggio, “sem piedade, expõe a solidão e os seus limites”. A peça é composta por 4 quadros distintos: * 1º Quadro: A DAMA DA NOITE apresenta Geneviève, uma solteirona de 30 ou 40 anos, que marcou um encontro às escuras com um homem que pode não ter ido ao local. Os goles de um poderoso drink levam a personagem em direção ao desconforto do primeiro contato e da sensação de permanecer só. * 2º Quadro: VAMOS FALAR FRANCAMENTE apresenta Lucy, uma senhora de 60 ou 65 anos, casada, com filhos, aparentemente satisfeita com a vida que conquistou. Ela acompanha sua melhor amiga, Marluce, que se encontra em estado terminal. Este momento propicia a situação oportuna para confrontar todas as afinidades e diferenças entre essas duas mulheres, tão diferentes entre si, mas que compartilham a mesma sensação de solidão. * 3º Quadro: A FOGUEIRA DAS VAIDADES apresenta Toni, um emergente social, deslumbrado, casado e sem muitos amigos. Na noite de preparação para uma dessas festas anuais da alta sociedade, ele demonstra um profundo entusiasmo enquanto se arruma em seu closet. O silêncio de sua esposa no banheiro gera uma profunda inquietação, que o leva a revelar sua fragilidade diante da sensação de estar só. * 4º quadro: ESPECTADOR apresenta um homem de meia idade que marca com uma moça que já conhece um encontro no cimena, a mesma acaba não aparecendo e isso tras para o espectador um desconforto e leva a analizar os filmes que já viu e que ora vê e compara-los com o cotidiano da vida humana. Evidenciando sua solidão diante da tela o personagem termina sua narrativa em um final surpreendente. A montagem propõe múltiplos olhares e percepções sobre as relações interpessoais ou sobre a falta delas. Geneviéve, Lucy, Toni e o Espectador, protagonistas em cada um dos quatros momentos do espetáculo, compartilham a mesma sensação: a de se sentirem desacompanhados. O texto expõe, de forma bem humorada e ao mesmo tempo crua, o encontro dessas personagens com o vazio dessa percepção. Em cena, as personagens compartilham a frustração do não encontro, do não diálogo, do vazio, tão em voga nos dias atuais, onde a maior parte dos dialogos entre os serem humanos são vias maquinas frias e nem sempre funcionam como deriam.


FONTE: http://cdpsteatro.blogspot.com

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